É fácil fazer escolhas?
- D.M.Sandner
- 13 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de jan.

Mesmo que nosso Livre Arbítrio não seja assim tão “livre” quanto supomos é graças a ele que tomamos decisões e fazemos escolhas.
Se algumas das teorias da neurociência estiverem certas, nossas escolhas são feitas utilizando, de forma distinta, cada lado do cérebro. Sendo o hemisfério direito mais ágil e aquele que decide, que está sempre sofrendo as suas próprias influências internas, moldado por características genéticas, socioculturais, biológicas e por uma história de vida singular.
Ao hemisfério esquerdo caberia, frações de segundo depois da escolha ter sido feita, perceber essa informação, interpretá-la, e criar uma narrativa, a mais coerente possível, para justificar a decisão tomada.
Nossa crença na existência do livre arbítrio seria formada pela ilusão criada pelo lado esquerdo do cérebro de que essa narrativa ou fabulação seria a causa da decisão e não o seu efeito.
Isso sugere, numa interpretação perigosa, que nossos atos são principalmente inconscientes o que poderia nos eximir de culpa ou mérito por nossas escolhas, ou ações.
A única forma de sermos os pilotos de nossas existências é nos tornarmos o mais conscientes possível do que está influenciando nossas escolhas, pois será essa consciência que nos permitirá assumir a responsabilidade pelos nossos atos.
Podemos através do autoconhecimento aumentar nosso campo de escolhas aprendendo como funcionamos e ampliando nossas possibilidades de acerto.
É verdade que tudo que fazemos na vida é escolher. Fazemos milhares de escolhas todos os dias.
Ao acordar escolhemos se vamos abrir os olhos ou dar aquela viradinha de lado e deixar o sono tomar conta. Se optarmos por acordar vamos ter que decidir se levantamos ou se vamos ficar deitados na cama, lendo, pensando na vida. Se levantarmos teremos que decidir se tomaremos um banho ou não, se escovaremos os dentes ou se tomaremos café primeiro. O que vamos comer? Fruta ou pão? Ou talvez os dois? Café ou leite? Que tal suco? Qual roupa vamos vestir hoje? Que sapato combina? E por aí vai. O dia todo escolhendo e decidindo!
A imensa maioria dessas escolhas tem pouca influência no nosso futuro, são até mesmo feitas “no automático”.
Porém, existem aquelas que irão afetar nossas vidas de forma profunda e muitas vezes definitiva.
Escolhas desse tipo envolvem sempre uma perda para contrabalançar o ganho obtido pelo escolhido. Se optamos por um caminho não é possível percorrer o outro, sem pagar o preço de retornar e recomeçar. Isso se for possível retornar e recomeçar.
Por essa razão não é tão fácil tomar decisões e fazer escolhas.
O medo de errar, as experiências frustradas anteriores, as dúvidas muitas vezes nos assustam e escolhemos “não escolher”.
O que mesmo assim não deixa de ser uma escolha. Mas uma escolha que nos paralisa, que nos aprisiona!
O segredo está em aceitar o custo das escolhas. Aceitar que o pagamento sempre existirá.
Pensar muito bem, e pesar todos os prós e contras ajudará é claro, mas devemos, principalmente, evitar o famoso “e se? ...”.
E se minha escolha fosse à outra? E se eu houvesse optado de forma diferente?
E se? ... E se? ...
Isso nos mantém na encruzilhada.
É como se não tivéssemos feito a escolha.
Mantemos a opção descartada viva dentro de nós e gritando o tempo todo: “
E se? ...”
Escolher bem, vem com a prática. Deve-se praticar até se tornar um hábito.
Um bom e saudável hábito!
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