Você tem livre arbítrio?
- D.M.Sandner
- 13 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de jan.

Você já parou para pensar até que ponto as suas escolhas são livres?
Vamos supor que você saiu para almoçar com seus amigos, qual o grau de liberdade que você possui ao escolher uma simples sobremesa?
Você escolherá uma fruta ou um pudim?
Digamos que você resolva seguir a dieta e pegue a fruta.
Mas... espere um pouco!
Se escolher seguir a dieta essa decisão estará isenta de qualquer influência? Será apenas a sua vontade? Ou as convenções da sociedade têm alguma influência aí?
Será que o fato de o companheiro de almoço, atlético e sarado, ter escolhido uma fruta e você estar alguns quilinhos acima do peso não influenciou na sua escolha?
Ah! ... Aí você pensa assim: então vou escolher o pudim e seguirei minha vontade!
Mesmo?
Você está fazendo uma escolha totalmente livre e racional?
Ou será que está sendo biologicamente impulsionado pela tendência adquirida através de milhares de anos de seleção natural? Afinal a nossa espécie foi vitoriosa em sobreviver e se tornar dominante por ser eficiente na busca de alimentos que são fontes perfeitas de energia: gordura e açúcar!
A diferença básica é que para cada favo de mel que conseguíamos comer na savana tínhamos que correr das abelhas e dos predadores e queimávamos o excesso. Hoje compramos o mel em vidros sem o risco das picadas e correr depende de frequentarmos uma academia. O que, também, é uma escolha, nem sempre feita.
Nossa espécie se orgulha de ser racional, de estar acima das outras que vivem suas vidas com base apenas nos instintos. Porém, a imensa maioria de nossas escolhas é mais instintiva do que racionais.
Recentes pesquisas em Neurociência indicam que o processo de tomada de consciência de uma escolha ocorre após esta escolha ser efetivamente feita em nossa mente. Ou seja: frações de segundo antes nosso subconsciente tomou a decisão e à consciência resta apenas reconhecer que uma escolha foi feita.
E esse processo subconsciente de decidir, de escolher, sofre a influência da evolução de nossa espécie, dos genes que herdamos de nossos pais, da criação que tivemos, do contexto social em que vivemos, das nossas próprias vivências e da forma como absorvemos essas vivências.
O peso de todo esse conjunto de forças nos pressiona a tomarmos um caminho ou outro. Nosso passado influi nas escolhas e ações do presente sem que tenhamos consciência disso.
Afinal!
Temos ou não livre arbítrio?
Fazemos escolhas ou não?
Qual é o nosso grau de liberdade?
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