Ao mesmo tempo em que as pesquisas mergulham nos fundamentos filosóficos e neurocientíficos das questões, são feitos questionamentos sobre os modos de vida derivados de tais fundamentos, bem como a validade e as consequências da adoção de tais formas de vida, em contraposição às demais possibilidades do existir. O papel das sensações e das afetações na costrução dos conceitos ganha destaque e, também, o papel dos conceitos em afetos e sensações.

     O que significa receber um diagnóstico? Qual a melhor forma para lidar com a descoberta de uma doença? Como lidar com a dor?         A doença e a dor podem ser elementos para a construção de uma nova forma de viver? Como superar traumas? É possível melhorar a atenção e a concentração? Será que minhas dificuldades com a atenção caracterizam deficit de atenção e hiperatividade ou simplesmente são fruto de uma agitação condizente com os modos de vida contemporâneos? Qual o papel e as implicações do uso medicamentos para modelar nossos pensamentos e comportamentos? Quais as interferfências de nossas crenças em nossas formas de vida? Estas e outras questões existenciais levadas pelos partilhantes ao consultório de Filosofia Clínica dão origem às pesquisas que geraram este livro. Elas têm em comum a exigência transdisciplinar, estabelecendo interfaces principalmente entre Filosofia Clínica, Filosofia da Mente e Neurociência.

    A questão central que perpassa as pesquisas dá título ao livro: "Conceitos que sentem, afetos que pensam". Em outras palavras, sensações podem gerar conceitos? Conceitos podem provocar sensações? De que maneira aquilo que sentimos nas experiências cotidianas afeta nosso modo de ser e de pensar? De que maneira nossos pensamentos interferem no modo como sentimos o vivido?         As reflexões apresentadas ao leitor relacionam as recentes descobertas da Neurociência e as antigas concepções filosóficas sobre o viver, propondo a criação de novas formas de existência.